sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Palavras ao vento

É interessante reler este blog de vez em quando, e lembrar das minhas fases (inúmeras, para os que me conhecem pelo menos um pouco). Pois bem, assim como elas, gosto de reler e identificar as coisas que permanecem, de um jeito ou de outro, no meu cotidiano. Acho que por isso algumas pessoas mantêm diários, cadernos de anotações, enfim... Eu mantenho os meus, mas o que escrevo aqui é diferente do que escrevo neles... Escrever à mão é mais íntimo, mais profundo, mais visceral. A própria palavra "visceral" fica um pouco exagerada aqui, mas acho que consegui dar a ideia.


Hoje venta em Porto Alegre, o que me fez lembrar o filme "Volver", do Almodóvar. Recomendo fortemente. Nesta sexta-feira com jeito de qualquer outro dia que não o próprio, contemplo-me introspectivo: escrevendo, apagando, reescrevendo, hesitando, pensando... a vida em gerúndios. Compartilho, pois, as breves palavras desta tarde:


"Eu imaginava, imaginava mesmo, que algo assim não aconteceria comigo. Pelo menos não agora. O futuro, sendo incerto, era mais tranquilo, me deixava menos ansioso. Porque uma coisa é a expectativa; outra, a iminência. Aquela se pode domar, conviver, suportar; esta, não. Retificando: até existe a possibilidade de tolerá-la, porém sempre coexistindo com o dia a dia, sempre ali, pulsante, derramando nas veias uma adrenalina diferente, descompassando os pensamentos, que, em vão, tentam se concentrar no resto. Diz-se que a ausência nem sempre é falta, e sim a presença mais constante. E me pergunto: como? Como se pode, durante a falta, sentir a necessidade de gritar, enquanto, lado a lado, o silêncio impera? Não se sabe o que cabe dizer, como agir, o que fazer para passar o tempo... apenas acontece a certeza de querer estar junto. Um precisar disfarçado de querer, isso sim."

sábado, 31 de março de 2012

Livros e Filmes I

Tive uma ideia: compartilhar minhas últimas leituras e os últimos filmes que assisti. Acho que pode ser uma boa troca de experiências, além de, claro, começar um bom papo! Da última vez que fui ao cinema, foi a convite da vó, que escolheu "Um Método Perigoso". O filme mostra a construção e o rompimento das relações entre Freud e Jung, além de esmiuçar tudo o que acontecia paralelamente a isso. Tem-se o envolvimento de uma jovem russa, que, inicialmente paciente, termina o filme como médica psiquiatra, tal qual os que seriam os mais famosos expoentes de uma parte da medicina que, na minha opinião, resguarda sua identidade oculta e cheia de segredos, mesmo com os grandes avanços dos últimos 100 anos. O filme consegue elaborar personagens fortes, mostrar que Carl Jung e Sigmund Freud também eram humanos, e que, apesar de tratarem seus semelhantes, apresentavam os mesmos "pontos fracos", a mesma fragilidade que torna homens e mulheres dignos de seus papéis na sociedade. É claro que os diálogos são complexos muitas vezes, e o filme, apesar de intenso, ainda passa longe da complexidade das relações entre os personagens principais. Porém esse fato já é esperado; afinal, como esperar um retrato fiel de encontros e cartas que duraram anos a fio condensados em nem duas horas? Segue o trailer: Quanto ao livro, devo dizer que me surpreendi com um escritor desconhecido até o fim do ano passado: Sándor Márai. O autor, de origem húngara, detém nas palavras o poder de qualificar substantivos aparentemente banais de uma maneira diferente, profunda, reflexiva. Em sua obra "As brasas", há uma mistura de romance e ciência, esta não a de pesquisas, e sim da vida. Conclusões, experiências, ensinamentos que só se absorve depois de nascer e antes de morrer. Os elementos do romance se apresentam na descrição dos lugares e das pessoas, nos detalhes das cores, texturas, perfumes... E, enquanto isso, expõe (por meio da voz que dera ao personagem principal - um general que avançava na sétima década de vida) os sentimentos de amor e amizade da maneira mais pura, livre de imposições sociais e de "achismos" humanos. Tampouco frio como um dicionário o faria. Márai tem a destreza do equilíbrio, sem pender nem a um, nem a outro, e oferecer ao leitor páginas de reflexões sobre as próprias amizades, sobre as próprias paixões. Um livro denso, pequeno, que clama atenção. Só existe como obra se o leitor assim a compreender. Agradeço à amiga Roberta por essa sugestão.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Alguma coisa acontece...

Resolvi encabeçar esse texto com o início da música "Sampa", do Caetano Veloso. Aos que me acompanham pelo twitter e facebook, sabem que eu estive (pela primeira vez) nessa cidade, que é tudo o que a música diz... pelo menos pra mim. Voltei dizendo a todos que eu gostei muito do lugar onde os superlativos parecem dominar. Lá, tudo é maior, e é onde ficam os melhores shoppings, restaurantes, baladas, enfim... vocês entenderam o que eu quis dizer. Fato é que São Paulo me surpreendeu bastante... mas aí eu penso que também me surpreendo bastante comigo mesmo... então não estou mais tão surpreso quanto a isso! Enfim: quero voltar, e logo. Mas não apenas voltar. Quero viver São Paulo mais um pouco, ser turista de novo, reconhecido apenas pelo sotaque, contemplar novidades, e apreciar esse momento em que os olhos se deparam com algo nunca visto antes. Sensação indescritível, que só acontece uma vez. Agora de volta a Porto Alegre, minha cidade, meu chão, meu rio, minha família e meus amigos. Porto Alegre, que agora completou 240 anos, e que me abriga há 23 deles. Amo demais isso aqui, a cultura que me criou, os valores que recebi, as pessoas que conheci, e, principalmente, o orgulho de tudo isso, que corre quente no sangue. Podem nos chamar de regionalistas exagerados, mas isso tem mais de bom do que de ruim. Outro dia fiz graça com o quadro "A fofoqueira de Porto Alegre", da Globo, mas foi por achar engraçado a tentativa de nos imitar, e não por ter ficado brabo com o Rodrigo Lombardi pagando de gaúcho. Quando vi imagens da cidade pipocando na TV, fiquei faceiro mesmo, pois aquelas ruas eu conhecia, naqueles prédios eu já estive, e aquele pôr-do-sol é o mais bonito que já vi até hoje. E tudo isso, toda essa exaltação, não me impediu de ter gostado muito de São Paulo. Eu, que sempre a considerei uma cidade feia, suja, poluída, estressada. Pré-conceitos... Só me mostrou que a ignorância é triste mesmo. Então resolvi não ser mais ignorante; afinal, não há nada de errado gostar de duas, três ou centenas de cidade. Ninguém mandou eu fazer um ranking delas. Deixemos, pois, assim: eu gostando de lá e de cá. *segue a música, com imagens de São Paulo:

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Limpando as teias

Pois então: mais de 4 meses sem postar!!! Como faz?
Enfim, hoje vou fazer o que o título diz mesmo: limpar as teias de aranha que brotaram por aqui.

Ainda não sei bem o que postar, por isso vai assim mesmo, meio aleatório, bem ao estilo sessão terapêutica: falar, falar, falar (no caso, escrever, escrever, escrever...).

Últimos livros adquiridos: Unhas (Paulo Wainberg); Mrs. Dalloway (Virginia Woolf); O Cemitério de Praga (Umberto Eco). Sim, leituras pesadas, obrigado. Mas sinceramente: estou sentindo falta de ler textos profundos, humanos, carregados. Comecei a ler Mrs. Dalloway, cuja edição tem um prefácio da Marília Gabriela (Gabi, para os íntimos e o Brasil inteiro), e juro que fiquei ouvindo a voz dela do início ao fim, como aquelas cartas nos filmes, quando as pessoas fingem ler e a voz do autor revela o conteúdo. Ainda bem que são apenas duas páginas, muito bem escritas, por sinal; mas a voz já estava me irritando.

Anyway, avancemos... o relógio na parede corre, e o fim da consulta se aproxima.

Na segunda-feira - que não foi feriadão para mim, fui, no fim de tarde, visitar a Bienal e a Feira do Livro com a vó. Gostei de apenas um quadro, realmente enorme, e que me inspirou a fazer algo semelhante lá em casa. Quem viver, verá!
Quanto à Feira, uma curiosidade: no alto-falante, avisos e dicas eram dados às pessoas. Dentre eles, um que eu achei particularmente curioso: os transeuntes que se perdessem dos seus grupos ou familiares, deveriam ir em direção ao local previamente combinado para o caso de desencontros, e lá esperar pelos outros. Pois bem: aquilo me remeteu à minha infância, quando íamos ao Praia de Belas, e a loja de encontro era uma que hoje não existe mais... bons tempos, os velhos.
Enquanto isso, eu e a vó não nos perdemos, e ficamos comendo pipoca doce no meio da ventania na Praça da Alfândega.

Por hoje, é só. Deixo-os com uma sugestão de música. Quem quiser aceitar a proposta da cantora, me avise, pois sou parceiro!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Independence Day

Ontem foi dia 4, data da independência dos EUA. Claro que para um monte de gente passou batido, mas eu fui numa comemoração a convite da Raquel, e é como eu disse a ela: só tu mesmo para ter essas idéias! Tudo bem que não foi assim, de graça, já que ela tem uma colega de espanhol que é do Texas (e que foi a cozinheira do "flag cake"), mas não conheço mais ninguém que faria isso na sua casa, e ainda convidaria vários amigos. Fato é que estava legal, e até a cachorra teve direito a uma bandana estadunidense. Conheci pessoas legais, comi marshmallow no palito "assado" na lareira, hot dogs, brownies, cookies, torta de maçã e, claro, tudo acompanhado de Heineken, que curiosamente não é uma cerveja americana, mas é uma das melhores que se vende em lojas de conveniência às 23h.

Ainda em semana de provas e com entrega de trabalhos, ontem acordo com uma desagradável surpresa: torcicolo! Alguém me explica como se estuda desse jeito? O pescoço dói em qualquer posição que se fique, mas eu não tive muita escolha. Tomei um banho quente e bem demorado, coloquei alguns casacos, e tomei Dorflex. Não, não passou. Mas melhorou bastante, e no fim do dia já havia retomado meus movimentos normais. Nada como ter feito alguns semestres de medicina: tem coisas que a gente aprende lá e que são para a vida toda. Ainda hoje me perguntam se me arrependo de ter largado e ido para outro curso, e minha resposta é sempre a mesma: não. Verdade é que me arrependo de poucas coisas, e hoje de manhã estive pensando nisso.

Demorei para postar novamente, eu sei, mas por enquanto um post diário não será possível, pelo menos até quarta que vem. Depois, veremos como o ritmo das férias vai andar. Por falar nisso, já fizeram seus planos? Já estamos em Julho, pessoal. Meio ano já foi. Daqui a pouco eu faço 23... o tempo passa rápido mesmo!

E agora, oito minutos de pura adrenalina no vídeo dos 10 melhores saltos do mundo. O número 1 é realmente imbatível, mas os outros não ficam muito atrás. Atentem para o homem-aranha de verdade no número seis!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Fim de Semestre

Pois então: reta final!
Todo mundo com provas, trabalhos, aulas de revisão... Mas todos também com a expectativa das férias iminentes. Logo, logo, um break da correria, e aí sim, é hora de os deveres darem licença às vontades. Lembra aquele livro, aquele filme ou a tal viagem que planejou e colocou lá em julho, nas férias de inverno? Já é hora de começar a comprar lenha, reservar hotel, mandar o carro para a revisão...

Chegou o momento da permissão, de acordar mais tarde (que combina tão bem com o frio que faz aqui no Sul), de reencontrar aqueles que há tempos não se via. Se planejadas, férias podem ser muito bem aproveitadas; se não, até passam despercebidas.
Pessoalmente, vou para o Rosa. Não sei se durante todo o tempo sem aulas, mas definitivamente a maior parte dele. Vou lá conversar com o mar gelado, aproveitar a lareira da sala, jogar carta com as boas companhias que aparecerem e me sentir bem por estar longe da realidade - mais especificamente no paraíso.

Todos têm seus escapes, suas fugas do cotidiano, e agora é a melhor oportunidade para ir ao seu encontro. Ficar perto de quem se gosta, fazer planos, rever o semestre que passou... Tudo muito introspectivo mesmo, aliás, à maneira do inverno. Frio é resguardo; calor é liberdade.
Se me permitem, aqui vai um filme para começar as férias de vento em popa (expressão figurada, mas que retrata bem os dias dessa semana que está acabando): Meia-noite em Paris, de Woody Allen. Ainda escreverei um post sobre o filme, mas hoje não é o dia; quero assisti-lo pelo menos mais uma vez antes disso.



Falando em França, hoje foi o último dia de aula do primeiro semestre de francês.
À bientôt, mon amis.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Hot Tips

Bueno, hoje é post de sugestões excelentes, caros leitores!


Como a maioria de vocês já sabe, eu e o Rafa estamos vendendo frutos do mar, ou seja, viramos peixeiros. Mas a novidade é que dessa vez trouxemos também um salmão premium, chegado há menos de uma semana do Chile. Aos fãs de sushi:


- cortes especiais para um sashimi com shoyu e gergelim... dá até água na boca;

- homemade temaki, com os mesmos ingredientes, além, é claro, de cebolinha e creamcheese;


E o melhor de tudo é que dá pra fazer em casa! Basta se informar sobre o preparo e ter a vontade de meter a mão na massa, ou melhor, no peixe e no arroz. Aqui vai uma palhinha do que fizemos como amostra, para experimentar:


Acho que a foto ilustra o resultado: um dos melhores temakis que já comi!!

Como acompanhamento: Vinho Aromo Sauvignon Blanc Reserva Especial bem gelado.

Aposto que ninguém mais vai querer sair para comer sushi em outro lugar.

Estamos aceitando pedidos no (51)8175-2464.


E claro, toda boa refeição clama por boas músicas. Stereomood.com é um site que tem playlists de acordo com o humor de cada um. Como exemplos: relax, happy, road trip, dinner with friends, enfim... uma compilação de músicas que vão ao encontro do que se quer ouvir no momento. Pessoalmente, procuro ouvir "just woke up" enquanto escovo os dentes e começo o dia (desse jeito, com o pé direito mesmo). Vale a pena conferir!


E para aqueles que não se dão por satisfeitos apenas com as prateleiras do supermercado, eis aqui um outro lugar para comprar vinhos: Vinum Enoteca, na Rua Marquês do Herval, 52. Junto à loja, há um Wine Bar e um bistrô, há pouco inaugurado, e que vale a pena conferir!


Por enquanto, era isso, espero que curtam as dicas!